segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


GEOGLIFOS DA AMAZÔNIA
A existência dos geoglifos em áreas de terra firme da Amazônia ocidental, no Estado do Acre e adjacências, indica que populações pré-colombianas que habitavam estas áreas eram mais avançadas do que a condição de horticultores de coivara semi-sedentários, que nunca desenvolveram complexas instituições sociais ou cultura material elaborada
As pesquisas arqueológicas na Amazônia começaram a pautar-se, a partir da metade do século XX, pelo debate sobre o desenvolvimento cultural visto a partir de perspectivas ecológicas.
Segundo a corrente de pensamento que predomina atualmente, os povos que habitaram a floresta tropical Amazônica são considerados meros sobreviventes em uma região de solos pobres e escassa proteína animal. Esta sempre foi a principal justificativa para explicar a escassez de indícios de civilizações avançadas em áreas de florestas de terra firme na região
Uma exceção foi trazida à luz no livro Amazônia, a Ilusão de um Paraíso (Meggers, 1971, 1977), no qual se reconhece a superioridade da várzea do Amazonas e seus grandes tributários sobre as áreas de terra firme. Esta idéia foi baseada no fato da várzea apresentar solos com fertilidade superior e à oferta abundante de fauna aquática.
Seria nestas áreas, portanto, que as artes e a política poderiam ter alçado vôos mais significativos. Desde então, a dicotomia várzea-terra firme persistiu nos trabalhos arqueológicos e antropológicos posteriores. Críticas a tal visão simplista de uma Amazônia imensa, reduzida a dois habitats principais foram realizadas por estudiosos de outros campos (Morán, 1995), mas sempre a consideração da superioridade da várzea permaneceu na literatura arqueológica.

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